domingo, 6 de março de 2016

Leituras e aquisições de fevereiro de 2016

Olá!

Mais uma vez andei sumida do blogue. Mais uma vez por uma boa razão; trabalho a mais. As leitura foram escassas e apenas vim para publicar um canções com história sobre Carlos Paião (podem ver aqui) que fui "obrigada" a fazer para o Jornal da Banda.  
Foi uma mês cansativo e cheio de emoções que vou digerir por algumas semanas ainda, mas espero que isso não me atrapalhe a leituras, busca pelo saber e a partilha de conhecimentos
Foi um mês de poucas leituras mas com várias aquisições por isso não se perdeu muito ;)

LEITURAS

No inicio do mês estava cheia de energia e confiante que ia cumprir o plano (aqui), mas foi impossível e apenas li dois livros.
O primeiro numa noite e o segundo arrastou-se todo mês e terminei hoje. 

Este livro incrivelmente viciante narra a história de Cecília, uma jovem que cedo descobriu o quão terríveis podem ser as pessoas mesmo aquelas que deviam proteger-nos. 
Cecília é vendia pela própria mãe a um homem completamente desumano que a torna sua escrava submetendo-a a uma vida de dor e sofrimento. É Laerte que vai fazer de tudo para libertar a pobre rapariga de tanta violência, vivendo com ela uma fuga intensa e angustiante onde a luta pela sobrevivência é uma constante.

Podem consultara a opinião completa aqui
É um livro que vale muito a pena ler.



Já há bastante tempo que andava a adiar a leitura deste livro. Já ouvi falar tão bem da Jane Austen e a curiosidade era imensa. 
Terminei o livro hoje mas como a maior parte foi lida durante o mês passado vou considerar uma leitura de fevereiro.
A opinião vou escrever em breve mas posso adiantar que gostei bastante do enredo. Jane Austen faz uma critica à sociedade da época, da importância dos estatutos, dos bons casamentos (negócios) e das aparências. A história gira à volta da família Bennet e nela encontramos personagens bem diferentes umas das outras, com feitios completamente opostos e é nas mais fúteis e irritantes que vamos ver todas aquelas preocupações com os bons casamentos. 
Este é um romance que tem como protagonistas Mr.Darcy e Elizabeth Bennet. Confesso que gostei muito da forma como se conhecem e vai surgindo o seu interesse, mas a enredo vai muito mais além do que uma simples história de amor.
Ainda estou a digerir um pouco o livro, muito por culpa de ter visto antes a série da BBC de 1995 que tem como Mr. Darcy o actor Colin Firth. Fiquei muito apaixonada e vi a série numa noite só. A série parece-me bem fiel ao livro, mas vi com muito mais entusiasmo do que li o livro mesmo estando a gostar. É possível que isso tenha influenciado a minha leitura por isso tenho de reflectir um pouco mais antes de escrever a opinião. Talvez veja a série de novo entretanto :P

Com esta leituras cumpri dois desafios do ano, ler um clássico por mês e ler pelo menos um autor português por mês.

AQUISIÇÕES

Em fevereiro juntei mais 4 livros às minhas estantes. 
Fiz a minha primeira compra do ano, que já comecei a ler e tenho muita esperança que me tire deste estado de espírito (tipo um não sei quê, estranho, uma ressaca pós semanas intensas de trabalho e novos contactos). Sou fã assumida de humor negro, daquele que até me envergonho de rir e depois de ouvir uma entrevista com Rui Sinel de Cordes para promover o seu novo livro não resisti a comprar.

Sinopse:
Os piores hábitos dos portugueses.

«O nosso objectivo era fazer o melhor que pudéssemos para caracterizar Portugal, de forma geral, em nove episódios de temas diversos. Queríamos criar uma Bíblia de costumes, tradições, taras, defeitos e manias (meti o «defeitos» ali no meio, porque ficava estranho «taras» e «manias» junto) dos portugueses. Não seremos nós a dizer se conseguimos ou não. Resta-nos a glória de podermos afirmar que tudo o que está neste livro, aconteceu na realidade.» – Rui Sinel de Cordes

Very Typical é o livro humorístico que retrata os piores hábitos dos portugueses, dividido pelos seguintes temas: férias, noite, as dez pessoas que não deviam existir, mulheres, homens, as dez piores coisas que podem acontecer a um português, tradições, redes sociais e música.
Sempre com uma visão mordaz que choca as sensibilidades mais conservadoras, que não se inibe de exemplificar com personalidades nacionais e internacionais, Rui Sinel de Cordes retrata o povo português com a intensidade e a caricatura que o humor levado ao extremo permite. 

As restantes aquisições foram ofertas de aniversário. Podem obter mais informações sobre os livros aqui.

E o vosso mês de fevereiro como correu?
O que andaram a ler e que livros novos chegaram às vossas mãos?

Beijinhos e boas leituras ;)





terça-feira, 1 de março de 2016

Canções com história #9 - Cegonha de Carlos Paião

Já vos tinha falado do Concerto de Reis realizado pela AMDF aqui na nossa igreja e da interpretação que fizeram da música do Carlos Paião, Cegonha.


Tenho de vos confessar uma coisa: 
Eu nunca tinha ouvido esta canção...

Como é possível?!? Não sei. Mas é lamentável, sendo eu fã de Karaoke e de algumas músicas de Carlos Paião. Na verdade não conheço toda a sua discografia, mas conhecia vagamente a sua história, o triste final e a herança fantástica que nos deixou. 
Resolvi então partilhar convosco esta belíssima composição e um pouco da história do artista.

Apreciem esta introdução...

Cegonha

Olá cegonha, gosto de ti!
Há quanto tempo, te não via por aí!
Nem teus ninhos nos telhados,
Nem as asas pelo céu!
Olá cegonha! Que aconteceu?

Ainda me lembro de ouvir-te dizer,
Que tu de longe os bebés vinhas trazer!
Mas os homens vão crescendo,
E as cegonhas a morrer!
Ainda me lembro... não pode ser!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha... é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado!
Leva o menino, que é pequenino, toma cuidado!
Adeus cegonha, adeus lembranças...
A gente sonha, como crianças!
Faz outro ninho, nos altos céus!
Vai de mansinho, mas pelo caminho, diz-nos adeus!

Adeus cegonha, tu vais voar!
E a gente sonha... é bom sonhar!
No teu destino, por nós traçado...
Leva o menino, que é pequenino, toma cuidado!
Leva o menino... mas tem cuidado!

Carlos Manuel Marques Paião nasceu em Coimbra a 1 de novembro de 1957 e foi uns dos maiores artistas de sempre do nosso panorama nacional. 
Passou toda a sua infância em Ílhavo e Cascais e licenciou-se em Medicina pela Universidade de Lisboa em 1983, mas a sua grande paixão era a música, como provam as mais de duzentas canções escritas e compostas por ele até meados de 1978. 
Acabou por se dedicar exclusivamente à música e em 1980 concorre pela primeira vez ao Festival RTP da Canção, mas é em 1981 que acaba por vencer com Playback, deixando para trás concorrentes tão fortes como as Doce e José Cid.
Durante a sua curta vida escreveu mais de trezentas canções. Trabalhou com Herman José em Hermanias e escreveu todas as canções do seu personagem “Serafim Saudade”, uma das mais populares figuras da época e escreveu também a canção não oficial da Selecção Portuguesa de Futebol de 1986, "Bamos lá, Cambada!", feita para "José Estebes", outa famosa personagem criada por Herman José
A sua criatividade não tinha limites e compôs para Amália Rodrigues, Cândida Branca Flor, Nuno da Câmara Pereira, Trio Odemira, Pedro Couceiro, etc..
Compositor, intérprete e instrumentista, Carlos Paião produziu mais de trezentas canções. Grande observador e crítico da sociedade as suas canções transmitem uma grande sensibilidade e uma alegria contagiante. Ficam para a história temas como Playback, Marcha do “pião das Nicas”, Gá-Gago, Cinderela, Pó de Arroz, entre muitas outras. 
A 26 de Agosto de 1988 com apenas 30 anos, morre num violento acidente de automóvel quando se dirigia para Penalva do Castelo para um concerto. Ao passar em Ponte de Amieira próximo de Rio Maior, um veículo pesado pára na faixa de rodagem e outro pesado que vinha atrás ao desviar-se choca de frente com a carrinha onde Carlos Paião ia.
A sua morte viria a tornar-se um mito urbano. Gerou-se um boato que não estaria morto na altura do seu funeral, mas sim em coma, tendo sido enterrado vivo. Este boato surgiu quando se fez o levantamento dos seus ossos e estes estariam em posição estranha e o caixão com arranhões, porém são escassas as fontes fiáveis e a violência do acidente não permitiria a sobrevivência fosse de quem fosse, mas o boato mantém-se até aos dias de hoje.
A sua morte foi uma grande perda para a nossa música. A sua alegria, talento, dedicação e companheirismo marcaram a sua passagem. 







Partiu cedo de mais, mas será para sempre recordado!