sábado, 25 de abril de 2015

Passeio e caches com o Tejo à vista em Vila Nova da Barquinha e Moita do Norte

Se há coisa que gosto de fazer para além de ler é passear e nas últimas semanas tenho conseguido dar algumas escapadelas. Que bom poder sair da rotina, fazer-me à estrada (neste caso, aos carris) e descobrir novos sítios e se tiver umas caches à mistura, melhor.

O passeio que venho falar hoje fiz em meados de março. Venho dar a conhecer um pouco de Vila Nova da Barquinha e Moita do Norte, terra do meu namorado. :)

Para quem gosta de Geocaching, estas terras estão bem recheadas e dão a descobrir pontos de grande interesse histórico. Eu só pude encontrar duas porque estava muito perto das 300 caches encontradas e essa tinha de ser feita com a equipa rvcval reunida (fiquem atentos ao próximo post =] ), mas deu para estudar algumas e conhecer os locais. 

Malas feitas, bilhete na mão, roupa janota e tudo pronto para uma viajem de cerca de 2:30 até ao Entroncamento. 


Foi uma viagem tranquila e só lamento ter viajado de noite porque a linha da beira baixa proporciona-nos uma vista lindíssima com o Tejo a acompanhar.
Chegámos ao Entroncamento e o Nuno já estava à nossa espera. Malas no carro e bora jantar que já se fazia tarde e a família Ferreira já nos esperava de mesa posta.
Primeira reacção ao chegar a Moita do Norte... "Estranho, parece que nem sai da Erada é bem mais calmo"

Moita do Norte - É uma das localidades mais populosas do concelho de Vila nova da Barquinha, e o seu território foi integrado na freguesia de Vila Nova da Barquinha depois da reorganização administrativa de 2012/2013.

Esta antiga freguesia foi em tempos de grande importância para o desenvolvimento do concelho. Terra de marinheiros e pescadores, foi também um grande centro industrial, com cerâmica, fabrica de sabão e duas de foguetes, infelizmente nenhuma se encontra já em funcionamento. 
A sua velha capela, dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, o Jardim da Nora e o Clube União de Recreios são alguns pontos de destaque. Este último, fundado a 1 de Dezembro de 1924 dedicou-se a desenvolver actividades de cultura e lazer, e actualmente tem como director Nuno Ferreira, que para além do trabalho e desta actividade ainda tem tempo para escrever livros e aturar-me :P
Moita do Norte é uma localidade tranquila e bonita, porém um pouco abandonada, vi muitas casas à venda.


Vila Nova da Barquinha - Também conhecida por Barquinha é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, é sede de um pequeno município com 4 freguesias, limitado a norte pelos municípios de Tomar e Abrantes, a leste por Constância, a sul pela Chamusca, a sudoeste pela Golegã, a oeste pelo Entroncamento e a noroeste por Torres Novas. (tanta coisa para descobrir =), tão bom)

Vila Nova da Barquinha é a Terra dos Sorrisos (um slogan bonito para uma terra que pretende ser um local agradável para se viver, morar, simpática e acolhedora para quem a visita), onde o sável e a lampreia atraem milhares de turistas, assim como o seu grande atractivo, o Castelo de Almourol. A partir do cais de Tancos podem fazer-se belíssimos passeios de barco até ao castelo. 
Outro ex-libris da vila é zona ribeirinha com Parque de Esculturas Almourol que inclui estranhas e enigmáticas esculturas ao ar livre, num parque verde onde se respira tranquilidade. Encontram-se ali expostas obras de vários autores, como, por exemplo, Joana Vasconcelos. 
Todos os anos neste parque é realizada a Feira do Tejo que se realiza por volta do 10 Junho e dia de Sto António, feriado do concelho. Realizam-se as Marchas de St. António, Procissão e corrida de toiros. Por esses dias o parque é invadido por banquinhas onde são mostrados todo o tipo de artesanatos e produtos locais, para além das tradicionais tasquinhas e música ao vivo.


Não faltam razões para visitar estas localidades. Eu tenho a maior de todas =) ;)


Beijinhos e bons passeios!!


domingo, 19 de abril de 2015

Opinião - O Feiticeiro de Oz de L. Frank Baum

Esta é mais um leitura do meu desafio anual Um clássico por mês.

Sendo este o meu segundo clássico, o plano não correu como previa... Metade cansaço, metade preguiça, as minhas leituras estas semanas arrastam-se dias e dias e não tenho lido grande coisa. Espero estar em forma brevemente.
Para já trago uma história bem conhecida por todos.


Sinopse:

Um clássico da literatura infantil com as ilustrações originais de W. W. Denslow

Uma obra que, desde 1900, tem provocado a admiração e a alegria de sucessivas gerações, tornando-se um clássico da literatura infantil norte-americana, porque faz reviver todos os temores e deliciosas fantasias do mundo de sonhos das crianças.
Dorothy, que vive no Kansas, é arrebatada por um ciclonee que a deposita no país encantados Munchkins. Aqui, ela encontra as famosas personagens de Oz: o Espantalho, o Lenhador de Lata e o Leão Cobarde. As aventuras, que em conjunto têm ao longo da Estrada dos Ladrilhos Amarelos, a caminho da Cidade das Esmeraldas, possuem toda a riqueza e encanto do clássico conto de fadas.
Em 1939, Victor Fleming realizou o inesquecível filme com base nesta obra, que proporcionou a Judy Garland, então com 17 anos, um Oscar de interpretação. Um filme musical de fantasia que celebrizou Judy Gardland, sobretudo quando canta a famoso Over the Rainbow (No Fim do Arco-Íris).

Opinião:

A história dispensa mais apresentações e penso que não vale a pena contar mais sobre o enredo.

É uma história infantil, onde tudo acaba sempre bem. Apesar de ser uma história menos moralista consigo encontrar algumas lições subtis, mas não com a grandiosidade de outras obras. Não me acrescentou nada e a certa altura lembrou-me um pouco Alice no País das Maravilhas, livro que não gostei muito apesar de ser adorado por muita gente. Este Feiticeiro de Oz também não me cativou, acho que estou a ficar careta de mais para ler histórias onde tudo corre sempre bem.Achei a escrita muito fraquinha e é nestas alturas que gostava de ler em inglês para poder confirmar isso.
É uma histórias para crianças, mas não trouxe de volta a minha. 

Título original: The Wonderful Wizard of Oz
Tradução: Engº Mesquita de Abreu
Colecção: Livros de Bolso – Série Grandes Obras
Pp.: 156
Formato: 11,5 cm x 17,6 cm
ISBN: 978-972-1-00871-7
Data de edição: 1985

Agora tenho cerca 10 dias para ler o clássico de abril e espero não falhar. O que sugerem?  

Aquisições - 1º trimestre de 2015

Olá!

Como devem ter reparado, a minha vida anda uma bagunça (boa) e isso reflecte-se também no blog. 
Gosto de partilhar as minhas aquisições mensais para divulgar os livros e saber as vossas opiniões, é sempre bom saber se ando a investir bem os meus trocos, mas nos últimos meses fui adiando a partilha e resolvi agora mostrar tudo. Espero conseguir fazer mensalmente a partir de agora :)

 

JANEIRO

Compras:


Sinopse
Uma Missão a Marte. Um acidente aparatoso. A luta de um homem pela sobrevivência.

Há exatamente seis dias, o astronauta Mark Watney tornou-se uma das primeiras pessoas a caminhar em Marte. Agora, ele tem a certeza de que vai ser a primeira pessoa a morrer ali.
Depois de uma tempestade de areia ter obrigado a sua tripulação a evacuar o planeta, e de esta o ter deixado para trás por julgá-lo morto, Mark encontra-se preso em Marte, completamente sozinho, sem perspetivas de conseguir comunicar com a Terra para dizer que está vivo. E mesmo que o conseguisse fazer, os seus mantimentos esgotar-se-iam muito antes de uma equipa de salvamento o encontrar.
De qualquer modo, Mark não terá tempo para morrer de fome. A maquinaria danificada, o meio ambiente implacável e o simples «erro humano» irão, muito provavelmente, matá-lo primeiro. Apoiando-se nas suas enormes capacidades técnicas, no domínio da engenharia e na determinada recusa em desistir — e num surpreendente sentido de humor a que vai buscar a força para sobreviver —, ele embarca numa missão obstinada para se manter vivo. Será que a sua mestria vai ser suficiente para superar todas as adversidades impossíveis que se erguem contra si?
Fundamentado com referências científicas atualizadas e impulsionado por uma trama engenhosa e brilhante que agarra o leitor desde a primeira à última página, O Marciano é um romance verdadeiramente notável, que se lê como uma história de sobrevivência da vida real.


Sinopse

Quatro estórias fantásticas com brinquedos, forjadas na imaginação de quatros dos mais conceituados e inventivos escritores do género em Portugal. João Barreiros, David Soares, Luís Filipe Silva e João Ventura, aceitaram o desafio da Escrit’orio e surpreendem-nos com excelentes contos, repletos de originalidade e imaginação, subvertendo completamente o pendor cândido nomalmente presente na abordagens clássicas à temática dos brinquedos!






Sinopse

João Sem Medo habita na aldeia Chora-Que Logo-Bebes, cujos habitantes vivem presos à tradição de que tanto se orgulham: chorar de manhã à noite. Um dia, o nosso herói decide saltar o Muro que protege a aldeia da Floresta Branca, local onde «os homens, perdidos dos enigmas da infância, haviam estalado uma espécie de Parque de Reserva de Entes Fantásticos». Tem assim início uma viagem surpreendente, na qual João Sem Medo se irá cruzar com bichas de sete cabeças, gigantes de cinco braços, fadas, bruxas, animais que falam, e ainda com o mítico Príncipe das Orelhas de Burro. História fantástica que recorre ao imaginário mágico, por vezes de inspiração surrealista, este romance de José Gomes Ferreira é um prodígio de efabulação e engenho narrativo. Uma obra intemporal que continua a arrebatar tanto adolescentes como adultos.



Sinopse

Os Contos do Gin-Tonic são já um clássico da literatura surrealista, sabemos disso. Continuamos a lê-los e a relê-los, ano após ano, pelos dias fora, pelas noites dentro, sozinhos, em casa, aos amigos, em cafés, em bares, em teatros, nas ruas, à luz de um candeeiro qualquer, numa esquina errante, num espaço algures, de súbito reinventado, traduzido, recriado do fundo da noite pela força motriz destas histórias rocambolescas, destes contos que recriam seres e situações, vidas, paixões e desesperos, recortes erráticos de um outro real, forçando-nos, sem dor, a parir mundos e a abraçar outras formas de pensamento… uma outra e mais ágil maneira de ver… é esta a força viva do surrealismo, nas palavras gritadas pelo buril de Mário-Henrique Leiria.





Ganhei em passatempos:


Sinopse

Margarida de Áustria , arquiduquesa de Áustria por nascimento, nasceu em 1584. Casou-se com Filipe II de Portugal, seu parente e filho do mais importante rei da Casa de Áustria. Apesar da sua juventude e da sua condição de mulher não renunciou ao protagonismo político, em defesa da família e da monarquia hispânica. Os cronistas da época louvaram as suas qualidades, e os seus súbditos não só a idealizaram como prolongaram o seu «poder» para além da morte. A rainha morreu jovem, com 26 anos, em 1611. Isabel de Bourbon, filha de Henrique IV de Bourbon e de Maria de Médicis, foi esposa de Filipe III de Portugal, rainha consorte exemplar e, no final da vida, governadora da monarquia hispânica. Tendo passado uma infância entre jogos e bailes, o seu casamento em 1615 e o nascimento do príncipe, Baltasar Carlos, em 1629, conferiram-lhe um poder notável, tendo sido «embaixadora» da paz entre o irmão, Luís XIII, e o marido. Destaca-se o seu trabalho diplomático na assinatura do Tratado de Monzón e a mediação durante a guerra de Mântua. De 1642 a 1644 assumiu as funções de regente para que Filipe se dedicasse à guerra da Catalunha. Faleceu no exercício da regência, o que ajudou a fortalecer a sua lenda.

Sinopse

Selvagem, druida, assassino, rei… Wulfric teve muitas vidas. É o Mestre mais antigo, dono de um antiquário contíguo a uma igreja, um ponto de convergência entre mundos, o que faz dele também porteiro. Uma rebelião ameaça abrir uma passagem entre a Terra e o Inferno, e ele provavelmente terá de assassinar o responsável. Lúcifer. Teria sido mais simples matar a Cativa, duzentos anos atrás.

Esta história tem anjos, demónios, fadas, lobisomens, marinheiros russos, traições, pedras preciosas que são mais do que jóias, um crucifixo que sangra, pelo menos uma sociedade secreta, Lúcifer, Mefistófeles, um marquês que foi para o Inferno e se transformou num demónio nu e, é claro, Wulfric, o Mestre que vive com uma maldição aprisionada no sangue.



FEVEREIRO

Compras:

Sinopse

A vida de Cassie Robichaud está cheia de tristeza e solidão desde que o marido morreu. Cassie é empregada de mesa no Café Rose, em Nova Orleães, e dorme todas as noites num apartamento de um só quarto, na companhia de um gato.
Porém, quando descobre um diário deixado no café por uma mulher misteriosa, o seu mundo muda para sempre. O diário, cheio de confissões explícitas, choca-a e fascina-a ao mesmo tempo e acaba por levá-la ao S.E.C.R.E.T., uma sociedade secreta que se dedica a ajudar mulheres a realizar as suas fantasias sexuais mais loucas e íntimas. Cassie acaba por mergulhar numa electrizante jornada de Dez Passos, durante a qual tem uma série de fantasias arrebatadoras com homens deslumbrantes, que a fazem despertar e a saciam.
Assim que se liberta das suas inibições, Cassie descortina uma nova confiança e transforma-se, conseguindo a coragem necessária para levar uma vida apaixonada. Ao mesmo tempo atraente, libertador e emocionalmente poderoso, S.E.C.R.E.T. é um mundo onde a fantasia se torna realidade.


Sinopse


É na Festa da Colheita que os caminhos de Cecília e Laerte se cruzam pela primeira vez. Ao contrário de todas as outras raparigas, Cecília não exibe um vestido bonito, ou prende os cabelos num penteado elegante.
Escondida no escuro de um beco, ela observa a festa como uma criança deslumbrada. Mas Cecília não está só, um homem mais velho acompanha-a. 

Curioso com o motivo que fez Cecília pedir-lhe ajuda no final da festa, Laerte procura informações sobre o homem que a acompanhava. Informações que acabarão por lhe revelar um segredo que mudará a sua vida. 

Perseguidos, Laerte e Cecília lutam para sobreviver, enfrentando os perigos que surgem no seu caminho. Conseguirão eles chegar sãos e salvos ao seu destino?

Oferta da autora para divulgação e opinião: 


Sinopse
O Pijama da Gata segue o encontro de Jonah e Crystal Philips num ambiente nostálgico da Jazz Age. Os dois conhecem-se em Paris, quando Jonah decide ver a peça Cat’s Pajamas, protagonizada pela magnífica atriz. De volta a Nova Iorque e deslumbrado com a sua beleza, desenvolve um desejo obsessivo, que rapidamente o começa a assombrar. A expectativa e a apreciação por um futuro idealizado que nenhum deles realmente prevê, consome-os no seu presente. A atração instintiva dos dois, conduze-os a um quarto de motel que começa a adquirir as características visuais da sua paixão, marcada por uma sensação de efemeridade, que se vai arruinando progressivamente até ao declínio final.






MARÇO

Compras:


Sinopse

Quando Rosa Montero leu o diário que Marie Curie começou a escrever depois da morte do marido, sentiu que a história dessa mulher fascinante era também, de certo modo, a sua. Assim nasceu A ridícula ideia de não voltar a ver-te: uma narrativa a meio caminho entre a memória pessoal da autora e as memórias coletivas, ao mesmo tempo análise da nossa época e evocação de um percurso íntimo doloroso. 

São páginas que falam da superação da dor, das relações entre homens e mulheres, do esplendor do sexo, da morte e da vida, da ciência e da ignorância, da força salvadora da literatura e da sabedoria dos que aprendem a gozar a existência em plenitude.

Um livro libérrimo e original, que nos devolve, inteira, a Rosa Montero de A Louca da Casa - talvez o mais famoso dos seus livros.

Sinopse

Com mais de 50 milhões de livros vendidos, Pratchett é um fenómeno único!

A Senhorita Perspicácia Carraça, bruxa de algum renome, preocupa-se com um ondular nas paredes do mundo, uma perturbação centrada em terras de cré, onde não é costume nascerem bruxas de mérito. Mas a pequena Tiffany Dores decide contrariar a tradição porque o seu irritante irmãozinho foi raptado pela rainha das fadas. Ajudada porum sapo falante e por um exército de Homenzinhos Livres ladrões, bêbados e arruaceiros (os Nac Mac Feegles), Tiffany deita mãos à obra.






Oferta:

Sinopse

Hamlet recontado com um brilho extraordinário e tendo como cenário uma quinta remota em Wisconsin. Edgar Sawtelle, um menino mudo e muito inteligente, vive uma vida idílica com os pais. Há gerações que os Sawtelle criam uma carinhosa raça de cão, ilustrada na perfeição por Almodine, a companheira de sempre de Edgar. Mas quando o seu pai morre de repente em circunstâncias misteriosas, Edgar culpa-se a si próprio, por não ter podido gritar por socorro. Destroçado pelo romance desesperado da mãe com o tio paterno, o seu mundo muda para sempre quando, certa noite de Primavera, vê o fantasma do pai. Depois da tentativa falhada de provar a culpa do tio, Edgar foge com 3 cães, mas o amor à mãe e aos animais, e a vontade de vingança, levam-no de regresso a casa. Nada é como ele esperava, e terá de se decidir entre a vingança ou a preservação do legado da família.


E são estes os primeiros novos moradores da minha estante. Destes li apenas A Cativa de Manuel Alves e O Pijama da Gata de Pat R, podem encontrar opinião por aqui. ~

No ano passado gastei imenso em livros. Fiz comprar de impulso, gastei bastante dinheiro e não li um quarto dos livros que comprei. Este ano espero ser mais poupada e tenho tentado gastar menos dinheiro e aproveitar todas as promoções e descontos. Acho que fiz bons negócios neste primeiro trimestre: fiz compras no valor de €106,63, mas gastei apenas €64,65, poupei €41,98 =)

E vocês, são poupados? Fizeram muitas compras?
Já leram algum destes livros? Qual aconselham para próxima leitura? 

beijinho e boas leituras 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Canções com história #4 - Cireneu de Banda Jota

Para quem ainda não sabe, eu colaboro no jornal mensal da Banda Filarmónica da Erada com alguns artigos e Canções com História é um deles. Gosto tanto de fazê-lo que resolvi partilhar aqui no blogue.
A música é a minha grande paixão. Todo o tempo que dedico a ela é precioso e encontro sempre algumas histórias que acho que devem ser partilhadas. Espero que gostem.


  Neste mês em que celebramos a Páscoa Cristã (para os mais distraídos, uma celebração religiosa que comemora a ressurreição de Jesus Cristo), trago-vos uma canção que transmite uma mensagem de compaixão, esperança e renovação.

  Depois de julgado e condenado à morte por crucificação, uma das condenações mais humilhantes na época, Jesus Cristo é obrigado a carregar a sua cruz até ao Calvário. Durante essa caminha sofre várias humilhações e com ele viria também a ser humilhado alguém que se cruza no seu caminho, Simão de Cirene.
  Simão era oriundo de Cirene (daí o nome pelo qual conhecemos) e estava no local errado à hora errada. Estaria em Jerusalém para a comemoração da Páscoa (Judaica), iria até ao templo para receber as gotas de sangue do cordeiro pascal, o que significaria o perdão dos seus pecados e a sua purificação, mas acaba por se cruzar com o triste cortejo. Nesse momento é agarrado e obrigado pelos soldados romanos a carregar a cruz de Jesus Cristo até ao Gólgota, local mais conhecido por Calvário. 
  Simão viu-se obrigado a carregar uma cruz que não era sua, sentiu-se humilhado, maltratado e sofria com o aquele peso mas estar perante alguém que sofria tanto em silêncio, alguém a quem chamavam filho de Deus, tocou o seu coração e encontrou a sua verdadeira fé naquele momento. O seu objectivo era ir ao templo receber o sangue do cordeiro pascal, mas acabou por manchar as suas vestes com o sangue do Cordeiro de Deus que através do seu sacrifício purificaria a humanidade. É neste momento que se dá a sua conversão, o encontro com Deus através da cruz, de Jesus Cristo. 
  Simão precisou carregar a cruz de Cristo para se encontrar com Deus. O verdadeiro cristão carrega essa cruz, com a sua também, mas sabe que para lá da cruz está a salvação e isso enche-o de esperança.
  Simão de Cirene representa todas as pessoas que encontram a sua fé ajudando a suportar a cruz dos outros. Representa todos os que se colocam na pele dos outros e mesmo sofrendo com os seus próprios problemas ajudam o próximo. 


Cireneu

Quisera ser o Cireneu
No Teu Calvário
Estar em teu lugar
Naquela cruz
Provar que o meu amor
É como o teu

Quisera retirar-te a cruz
Para não sofreres
E perdoar a quem te odiou
Só porque amaste
E ensinaste o amor

Mas…
Não consigo ser tão forte
Como a Tua morte
Não consigo carregar
Nem minha cruz
Como hei-de levar
A Tua, Jesus
Piedade de mim…

Quisera partilhar a dor
Que Tu sofreste
E dar tudo de mim
Ao meu irmão
Oferecer meu sangue como Tu
Para outros renascerem

Mas…
Refrão

Ó que amor, ó que entrega
Que eu não consigo escrever
Cantar ou dizer
Apenas percebo em mim
Que não consigo viver
Sem Teu amor em mim
Sem Teu amor em mim
Sem Teu amor 
Sem ter quem me ame assim

Piedade de mim…
Ama-me assim,
Mesmo assim

  Foi pela voz da doce Susana que ouvi pela primeira vez esta canção aqui na Erada, durante a primeira representação da História de Amor, uma via-sacra adaptada ao nosso tempo. 
  Letra de Jorge Castela, música de To Zé e Susana Ferreira, Cireneu é o terceiro tema do álbum Obrigatório Ser da Banda Jota. 
  Nascida em 2003 na diocese da Guarda a Banda Jota é uma banda de inspiração católica com uma sonoridade pop-funk. É composta por dois padres, (um deles o nosso pároco, Pe Rui Manique) e sete leigos, e têm-se feito acompanhar de um jovem rapper. Tem como objectivo testemunhar e manifestar o amor de Jesus através da alegria das suas músicas. 
A Banda Jota já conta com quatro álbuns lançados: [a]braços(2006), Obrigatório Ser (2009), Amen (2012) e Não vou parar (2013).

 Os elementos que compões a banda, têm uma energia inesgotável e são donos de um talento incrível. Destaco o homens das teclas To Zé Novais, músico, professor, musicoterapeuta e mais um sem fim de ofícios que consegue conjugar com a sua vida pessoal, sempre com boa disposição e dedicação ao próximo, mas todos têm um papel bastante activo na comunidade. 
  É um grupo que tive oportunidade de conhecer pessoalmente e continuo a seguir alguns membros com regularidade através das redes sociais. A música está sempre presente nas suas vidas e são vários os projectos musicais paralelos à Banda Jota como por exemplo The Curimakers, um projecto criado em 2010 que lançou o seu primeiro álbum Split in Two em 2011, álbum que chegou às Fnac's no ano seguinte. 
  São verdadeiramente inspiradores pela alegria e dedicação com que se entregam aos seus projectos. Vale muito a pena conhecer cada um deles. 


 Paz e Bem ;)

Banda Jota, Facebook
Musictherapy Portugal, facebookThe Curimakers, site

  

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Vencedor do passatempo 100 publicações, 1 livro para oferecer

Olá boa noite!

Espero que tenham tido uma Páscoa docinha =)
Hoje trago mais um doce para um dos participantes do passatempo.

A vencedora do passatempo é Femme Trivial.

Obrigado a todos por participarem.
Os passatempos não vão ficar por aqui, por isso vão ficando atentos. Até lá vou tentar perceber uma forma mais simples de fazer os sorteios. Ainda sou novata nisto e conto com o vosso apoio.

Mais uma vez obrigado e parabéns à vencedora :)



quarta-feira, 1 de abril de 2015

Canções com história #3 - A Última Tourada Real de Salvaterra

Para quem ainda não sabe, eu colaboro no jornal mensal da Banda Filarmónica da Erada com alguns artigos e Canções com História é um deles. Gosto tanto de fazê-lo que resolvi partilhar aqui no blogue.
A música é a minha grande paixão. Todo o tempo que dedico a ela é precioso e encontro sempre algumas histórias que acho que devem ser partilhadas. Espero que gostem. 


"Em 1762 teve lugar a última tourada real em que perdeu a vida o Conde de Arcos, filho do Marquês de Marialva. O velho marquês que assistia à tourada, presenciando a morte do filho nas hastes do touro, desceu à arena (...) desembainhou a espada e a pé firme matou corajosamente o touro (...) Assistiram à tourada El-Rei D. José I e o seu primeiro ministro o Marquês de Pombal " 

Assim se pode ler nos "Anais de Salvaterra de Magos" a história, que inspira o fado que vos apresento hoje. 
A veracidade deste acontecimento é discutível e desmentida pelos historiadores, mas o facto é que ficou eternizado com o conto “Última corrida de toiros em Salvaterra” de Luís Rebelo da Silva (1822-1871). 
Escritor, professor, jornalista político, ministro e deputado, Rebelo da Silva destacou-se com os estudos históricos sobre a história de Portugal e nos cinco volumes inclui-se o conto acima referido, que descreve a mítica corrida de touros em Salvaterra de Magos presenciada pela corte, onde o jovem cavaleiro Conde de Arcos perdeu a Vida. 
Seu pai D. Pedro de Alcântara Menezes, 4º Marquez de Marialva, que assistia, desceu da bancada para enfrentar o touro, conseguindo ao matá-lo vingar a morte do filho.
Rebelo de Sousa romanceou bastante o episódio e criou um mito.
Ao longo dos tempos têm sido muitas as recriações desse episódio fatal, que enchem a praça de Salvaterra de Magos. Esta cidade do distrito de Santarém, recebeu foral em 1295 e a sua história está muito ligada à vida da corte e dos nossos reis, especialmente aos seus tempos de lazer.


A Última Tourada Real de Salvaterra

Conta-nos a tradição
Que em tempos que já lá vão
O Pombal em franca guerra
Acabou para nunca mais
Com as touradas reais
Em praças de Salvaterra (bis)

​Toureava nesse dia
Ante nobre fidalguia
O jovem conde dos Arcos
Cujo sangue valoroso
Por capricho desditoso
Na arena ficava em charcos (bis)

​De marialva, o Marquês
Olha o touro que desfez
O seu filho tão amado
E diz El-Rei com fervor:
"Eu vos juro, meu senhor,
O Conde será vingado!" (bis)

​El-Rei nega por temor
Mas desvairado pela dor
O Marquês saltou para a praça
E vinga com decisão
Pela sua própria mão
O sangue da sua raça (bis)

​E então El-Rei, que chorava,
Ao ministro que aguardava
Disse o Marquês de Pombal:
"Jamais, fique ordenado,
Haverá no meu reinado
Outra tourada real!" (bis)

Letra: Maria Manuel Cid; Música: Casimiro Ramos; Intérprete: Rodrigo; ​Fado original : Fado da freira

Foi na qualidade de amador que Rodrigo aos 28 anos, grava o seu primeiro disco A última tourada real, que se tornou um sucesso de vendas, assim como os que se seguiram. 
Rodrigo Ferreira Inácio nasceu a 29 de Junho de 1941 na freguesia da Graça, em Lisboa. De origem humilde, cedo deixou a escola, começando a trabalhar para ajudar no sustento da família. Pouco tempo depois integra a Companhia Colonial de Navegação, onde completa o 5ºano do liceu. Por essa altura trava conhecimento com alguns músicos e chega a fazer parte de um grupo vocal Os cinco réis que interpretava versões de músicas latino-americanas . Começava assim uma carreira recheada de sucessos. 
Emigra com o desejo de novos conhecimentos e quando regressa definitivamente a Portugal, começa a ser presença assídua em várias casas de fado. 
Nos anos 80 abre a sua primeira casa de fados “O Arreda” nos arredores de Cascais e outras se seguiram. 
Do seu repertório destacam-se os grandes êxitos: "Cais do Sodré" de Francisco V. Bandeiras, "Gente do Mar" e "Eu sou povo e canto esperança" de João Dias, "Coentros e Rabanetes" de Jorge Atayde.
Durante os seus cerca 50 anos de palco, actuou em diversas salas de espectáculo e cadeias de televisão pelos cinco cantos do Mundo, onde é sempre recebido calorosamente. 
Rodrigo é um dos maiores nomes do Fado, acarinhado e respeitado pelo povo. 

Fontes

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Gostei muito de fazer este Canções com história. Tenho de dar mais atenção aos fados e este despertou a minha curiosidade para este género. 
Peço que se encontrarem algum erro histórico me informem. :)

Espero que tenham gostado!