quarta-feira, 25 de março de 2015

Opinião - O Pijama da Gata de Pat R

Olá!
Há umas semanas fui desafiada pelo Fiacha a ler O Pijama da Gata da Pat R. 
Enviou-me o contacto da autora, estabelecemos esta pequena parceria e dias depois chegava a casa o livro. 
Deixo aqui a minha opinião.


Sinopse:

O Pijama da Gata segue o encontro de Jonah e Crystal Philips num ambiente nostálgico da Jazz Age. Os dois conhecem-se em Paris, quando Jonah decide ver a peça Cat’s Pajamas, protagonizada pela magnífica atriz. De volta a Nova Iorque e deslumbrado com a sua beleza, desenvolve um desejo obsessivo, que rapidamente o começa a assombrar. A expectativa e a apreciação por um futuro idealizado que nenhum deles realmente prevê, consome-os no seu presente. A atração instintiva dos dois, conduz-los a um quarto de motel que começa a adquirir as características visuais da sua paixão, marcada por uma sensação de efemeridade, que se vai arruinando progressivamente até ao declínio final.

Opinião:

Como a sinopse indica, estamos perante uma história de amor obsessivo. Eu diria mesmo doentio... 

Crystal Philips é uma actriz de sucesso, cheia de trabalho, energia e admiradores. Talentosa, dona de de um corpo invejável e muito profissional, Crystal não passa indiferente a ninguém. A peça Cat’s Pajamas faz sucesso em Paris e é numa das apresentações que Jonah, um músico profissional de férias com a namorada em França, se deixa enfeitiçar por aquela mulher sensual e cheia de personalidade.

Jonah e Crystal acabam por se conhecer ainda em França, mas é mais tarde já em Nova Yorque que o desejo fala mais alto e acabam por se encontrar. O que podia ser uma série de encontros momentâneos, pedaços de um prazer efémero, torna-se uma obsessão que os vai levar ao declínio. Jonah vive perturbado receio de perder a sua namorada, o seu suporte e o desejo que sente pela actriz. Já Crystal vive o dilema de não se conseguir distanciar da sua nova personagem e o fracaço por não saber lidar com os  seus sentimentos.

É esta história de "amor" doentio que Pat R nos conta de forma muito directa e crua.
Gostei muito da forma como descreveu as personagens principais, fisica e psicologicamente. Crystal aparece muito forte logo ao início e agradou-me bastante, mas ao longo da história foi-me desiludindo, o que não é mau de todo pois penso que era essa a ideia da autora. A autora trabalhou muito bem a evolução psicológica deste casal, e como leitora senti o aquele turbilhão de emoções com eles. O final é mais ou menos previsível, mas a história é cheia de casos e alguns surpreenderam-me.  

Um ponto negativo que aponto, e numa opinião muito pessoal é o facto da leitura a meio se tornar um pouco repetitiva, cansou-me a constante descrição dos corpos das personagens e do ambiente melancólico. Isso atrasou um pouco o ritmo de leitura e durante uma série de páginas eu só queria que as coisas mudassem, que acontecesse algo diferente que mudasse o rumo da história. 

Gostei da Sarah (namorada de Jonah) e gostava que tivesse um papel mais activo na trama.O livro foca-se basicamente no relacionamento de Jonah e Crystal. 

É um livro que pode não agradar a toda a gente, mas tenho a certeza que alguns leitores se vão identificar com os personagens, pois é uma situação que pode acontecer a qualquer um. Quem não ficou já doente de amor? 

"(...) O truque para a solidão era passar muito tempo dentro da sua cabeça. Crystal pretendia projetar-se e, no espelho colocado diante da cama, viu-se refletida na companhia de alguém de figura igual à sua, que a protegia.

"(...) Via-se como um homem puro que era contaminado pelo pecado e que não tinha forças para expelir, que se rendia desesperado às loucuras imediatas de um longo par de pernas e dois olhos muito claros e cativantes. Sabia que isto o forçava a ser muito pouco para Sarah e a carência de inteligência que essa rendição ao desejo simbolizava era-lhe totalmente ilógica,  mas cada vez mais familiar.  

Tenho de dar os parabéns à Pat R pela forma cuidada como escreve. Gostei imenso da sua escrita e de todo o cuidado que teve com a edição do livro, desde o tipo de papel, o tipo de letra, as ilustrações, tudo feito com muito rigor. 
O livro está repleto de referências musicais, o que nos permite imaginar uma banda sonora para a leitura. 

Classifiquei o livro com 3 estrelas no Goodreads, pela história em si, mas isso é apenas a minha opinião pessoal. O livro está muito bem escrito e como referi a escrita da Pat R é muito simples mas rica, muito cuidada, vale a pena ler.

Espero que a Pat R continue a escrever e desejo o maior sucesso.

  


quarta-feira, 18 de março de 2015

Passatempo - 100 publicações, 1 livro para oferecer

Olá!!

Foi com grande entusiasmo que reparei no domingo que estava a fazer a minha 100ª publicação :)

Quando iniciei o blogue, sentia grande vontade de escrever, e com isso encontrar novas pessoas para partilhar interesses. Rápido percebi que não é assim tão fácil, nem sempre sei o que dizer, como dizer e nem sempre me apetece partilhar algo. Apesar disso tenho mantido o blogue há quase dois anos e não vou despedir-me dele tão cedo. 

Tem sido uma experiência incrível, e apesar de 100 mensagens em quase dois anos não ser muito, orgulho-me de todas as publicações que fiz. 
Livros, passeios, música, episódios caseiros, geocaching... há de tudo um pouco aqui e espero que tenham gostado do que já viram. 

Quero agradecer a todos os amigos que têm contribuído com comentários e sugestões, pois sem eles não tinha piada nenhuma. Não vou referir ninguém em especial mas acho que vêm quase todos do mesmo cantinho ;) (assobio*) 
A todos o meu BEM HAJA e aos novos que chegarão, sejam muito bem vindos! 

Para comemorar, apetece-me oferecer um livro da minha estante a alguém e deixo aqui um passatempo para os mais interessados. 


Regras:

Para participar basta comentar esta mensagem e dizer qual a publicação que mais gostaram ou não e o porquê. ( Muito simples e vão ajudar-me :) )

* Só podem participar seguidores do blogue
* O vencedor/a pode escolher um destes dois livros
* A escolha do vencedor/a será feita através de sorteio pelo site www.random.org.
* O passatempo é exclusivo a residentes ou com morada em Portugal Continental e Ilhas
* O passatempo decorre até domingo de Páscoa dia 5 de abril

E é isto! Espero que corra tudo bem e BOA SORTE

Beijinhos 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Canções com história #2 - A Balada do Desajeitado


Para quem ainda não sabe, eu colaboro no jornal mensal da Banda Filarmónica da Erada com alguns artigos e Canções com História é um deles. Gosto tanto de fazê-lo que resolvi partilhar aqui no blogue.
A música é a minha grande paixão. Todo o tempo que dedico a ela é precioso e encontro sempre algumas histórias que acho que devem ser partilhadas. Espero que gostem. 




No mês do amor (Jornal de Fevereiro), não podía deixar passar uma das músicas mais cantadas e rodadas na rádio nos últimos tempos. 
A Balada do Desajeitado é o tema que colocou os D.A.M.A. no panorama da música portuguesa. Muito rodada nas rádios nacionais e com o seu vídeo com cerca de 4 milhões de visualizações no YouTube.
D.A.M.A., sigla para a expressão “Deixa-me Aclarar-te a Mente, Amigo” é uma banda lisboeta composta por Francisco M. Pereira (Kasha), Miguel Coimbra e Miguel Cristovinho. 
Francisco e Miguel Coimbra, são amigos de infância e criaram este projecto musical que mais tarde Miguel Cristovinho veio integrar. 
A Balada do Desajeitado faz parte do álbum Uma Questão de Principio, que chegou às lojas em Setembro de 2014, onde se podem ouvir outros temas contagiantes como Luisa e Às vezes. 




Eu não sei
O que é que te hei-de dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas

Mas aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então olha só te quero a ti

Sei de alguém
Por demais envergonhado
Que por ser tão desajeitado
Nunca foi capaz de falar

Só que hoje
Viu o tempo que perdeu
Sabes esse alguém sou eu
E agora eu vou-te contar

Sabes lá
O que é que eu tenho passado
Estou sempre a fazer-te sinais
E tu não me tens ligado

E aqui estou eu
A ver o tempo a passar
A ver se chega o tempo
O tempo de te falar

REFRÃO

Podes crer
Que à noite o sono é ligeiro
Fico á espera o dia inteiro
Para poder desabafar

Mas como sempre
Chega a hora da verdade
E falta-me o á vontade
Acabo por me calar

Falta-me jeito
Ponho-me a escrever e rasgo
Cada vez a tremer mais
E ás vezes até me engasgo

Nada a fazer
É por isso que eu te conto
É tarde para não dizer
Digo como sei e pronto

REFRÃO

Esta canção é sem dúvida contagiante e anda nas bocas de todo mundo, mas o que muitas pessoas não sabem é que esta balada já encanta há muitos anos. 
Este tema é um original da banda Quadrilha e faz parte do álbum Entre Luas (1997).
Quadrilha é uma banda portuguesa de música folclórica, cujo estilo resulta da fusão de elementos da música tradicional portuguesa e da música celta. Formada em 1991 por Sebastião Antunes, mentor, compositor, letrista e intérprete, dela já fizeram parte inúmeros instrumentistas. Conta já com seis álbuns lançados e mais virão com certeza. 
Sebastião Antunes é um génio do nosso panorama musical que admiro muito e mais tarde volto para voltar a falar dele e da Quadrilha. 



Espero que tenham gostado. 
Oiçam musica portuguesa, não tenham medo da música tradicional e pesquisem pois há muito para descobrir. Boas surpresas vos aguardam. 
Para o mês que vem volto com mais uma canção com história.